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1. Filmes e écrans

Na mamografia convencional, além do ânodo, cátodo, geradores e retificadores, existem outros componentes e equipamentos necessários para obtenção de uma boa imagem para a realização de um diagnóstico preciso com baixa dose no paciente. Diferentemente dos sistemas de mamografia digital, a mamografia convencional utiliza para a aquisição da imagem filmes e cassetes radiográficos.

O filme radiográfico é um conversor que converte luz em diversos tons de cinza. A sensibilidade, que também pode ser chamada de velocidade do filme, é que garante a quantidade de exposição necessária para a formação da imagem. Quanto maior for a sensibilidade do filme, menor será a radiação necessária para formar uma imagem, isto reduz de forma significativa a exposição do paciente. Porém, filmes de maior sensibilidade degradam a qualidade da imagem, o que pode ser prejudicial em exames mamográficos. O filme radiográfico é constituído geralmente de poliéster transparente. A emulsão está presente uma única face do filme, a principal, onde há microcristais de haletos de prata, que são sensíveis à luz e auxiliam na formação da imagem.

Outro componente essencial na obtenção da imagem é o écran (ou tela intensificadora de imagem). Écrans são constituídos de um suporte de plástico e uma camada de fósforo composta por oxisulfeto de gadolínio tébio ativado (Gd2O2STb) também chamado de oxisulfito de terras raras (Dimenstein, 2005). A camada de fósforo emite luz na faixa do verde quando é irradiado por um feixe de raios-x (Fig). A luz formada será responsável pela criação da imagem no filme radiográfico, onde apenas cerca de 5% da imagem será formada pela ação direta dos raios-x e 95% será formada pela ação da luz proveniente do écran.

Transformação de raios-X em luz no interior do chassi radiográfico.

A tela intensificadora está disposta no interior de um chassi radiográfico, que é um dispositivo fabricado em fibra de carbono, com espuma flexível que garante o perfeito contato entre filme radiográfico e écrans. O interior do chassi é vedado de forma que nenhuma luz exterior interfira nos processos químicos do filme.

2. Revelação e processadoras radiográficas

A revelação do filme radiográfico em um sistema de mamografia convencional é uma reação química, onde as três etapas básicas a constituem: formação da imagem latente, revelação da imagem e a fixação da imagem.
Imagem latente
Ao ser exposto à luz, a emulsão constituída de haletos de prata libera elétrons que se combinam com íons brometo carregados negativamente (Ferreira, 2001). Os elétrons liberados combinam-se com íons de prata carregados positivamente, na rede cristalina transformando-os em átomos de prata. A agregação de um pequeno núcleo de prata torna o cristal de brometo de prata sensível à revelação. Embora esta pequena mudança não possa ser detectada visualmente, já existe um precursor da imagem formada, chamada imagem latente.

Revelação

A imagem latente é convertida em imagem visível pela ação química do líquido revelador contido na processadora de filmes, esta reação é chamada de oxiredução. Os átomos de prata agem como catalizadores na reação, fazendo com que os cristais expostos à luz sofram redução rapidamente. A temperatura e a concentração dos químicos do revelador influenciam neste processo.

Fixação

O líquido fixador retira os cristais de haleto de prata que não reagiram com o liquido revelador. Ele também neutraliza e clareia o filme radiográfico. Após o liquido revelador ter agido no filme, ele é encaminhado para a lavagem, que consiste em remover os produtos químicos utilizados na revelação. Depois de lavado, o filme passa pela etapa de secagem, ao final desta etapa ele estará preparado para o manuseio e visualização.

Processadora

A processadora automática é o equipamento utilizado para revelar filmes radiográficos (Fig. 29), é composta de três tanques contendo soluções reveladoras, e fixadoras, além de água para efetuar a lavagem do filme. Ao introduzir o filme radiográfico na bandeja de entrada, a processadora irá encaminhá-lo para o tanque do líquido revelador, após ter reagido com o líquido revelador, o filme é transportado para o tanque do líquido fixador, onde fica por alguns segundos. A próxima etapa é a secagem, onde o filme é secado por uma espécie de ventilador, ao término, o filme sai revelado e pronto para a visualização.

Processadora de Filmes

A primeira processadora automática foi apresentada em 1942 pela Kodak, anos depois em 1956, também pela Kodak foi lançada a primeira processadora com transporte por rolos (Magalhães, 2002). Em 1987, começou a ser comercializada a primeira processadora de alta velocidade, ela processava os filmes em apenas 45 segundos, um grande avanço para a época. As técnicas de processamento foram melhorando com o tempo, e o que resultou nas processadoras atuais, que além de rápidas, juntamente com filmes ultrassensíveis e telas intensificadoras mais eficientes, levam a uma redução das doses de radiação recebidas pelos pacientes.

3. Negatoscópio

Negatoscópio

Constituído de aço, acrílico e lâmpadas fluorescentes, é o equipamento utilizado para iluminar os filmes radiográficos (Fig. 30), facilitando a visualização das pequenas estruturas do tecido da mama. Por causa de sua grande importância na emissão de laudos médicos, a legislação vigente no Brasil estabelece, que sua luminância (brilho) deve estar na faixa de 3.000 cd/m² a 3.500 cd/m² (ANVISA,1998). A luminância fora desta faixa pode comprometer as visualizações das radiografias e até mesmo passar despercebida pelo médico uma anomalia no tecido mamário (Medeiros, 2003). A luminosidade excessiva do ambiente onde se realiza a visualização das radiografias também influencia bastante na observação da imagem.

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